Esteroides Anabolizantes em Jovens: Por Que o Uso Aumentou no Brasil? Entenda os Riscos Dessa Nova Epidemia Estética
FEBRE NEWS
7/24/20253 min read
Por um especialista em saúde esportiva, comportamento e educação física preventiva
Nos últimos anos, o Brasil viu crescer um fenômeno silencioso e preocupante: o uso precoce e indiscriminado de esteroides anabolizantes por jovens e adolescentes, muitos deles sem acompanhamento médico, nutricional ou orientação profissional.
O que antes era restrito a fisiculturistas e atletas profissionais, hoje chega com força em academias de bairro, escolas e redes sociais. E o pior: está normalizado, embalado por corpos “perfeitos”, promessas rápidas e validação online.
Mas por que isso está acontecendo?
O que explica esse aumento no consumo de anabolizantes entre jovens brasileiros?
E o mais importante: quais são os riscos reais para a saúde física, mental e hormonal dessa geração?
O que são esteroides anabolizantes?
Esteroides anabolizantes são versões sintéticas da testosterona, o principal hormônio masculino. Eles foram desenvolvidos com finalidades médicas — como tratar perda de massa muscular em doenças graves, distúrbios hormonais e retardo puberal.
No entanto, por promoverem crescimento muscular acelerado e aumento de força, passaram a ser usados de forma recreativa e estética, principalmente por homens jovens em busca de um físico “idealizado”.
O crescimento alarmante do uso entre jovens no Brasil
Segundo um levantamento publicado em 2023 pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o uso de esteroides anabolizantes cresceu mais de 75% entre jovens de 16 a 25 anos nos últimos cinco anos.
O Brasil hoje ocupa o segundo lugar no ranking mundial de consumo não terapêutico de anabolizantes, atrás apenas dos EUA.
Motivos para esse aumento:
Cultura estética extrema impulsionada por redes sociais
Comparação constante com influenciadores fitness e atletas irreais
Acesso fácil a anabolizantes no mercado paralelo ou por meio de “ciclos caseiros”
Desinformação ou informação distorcida travestida de "conhecimento técnico"
Pressão social em ambientes escolares, esportivos ou acadêmicos
O que está por trás desse comportamento?
A questão vai além da vaidade. O uso de anabolizantes por jovens está profundamente ligado a:
Baixa autoestima e insegurança corporal (dismorfia muscular)
Busca por aceitação social rápida e aparência “instagramável”
Ausência de educação física crítica nas escolas e academias
Falta de diálogo sobre imagem corporal, saúde mental e construção gradual de resultados
Essa geração cresceu vendo “antes e depois” com legendas como: “transformado em 3 meses”, sem saber o que há nos bastidores. Isso cria um modelo de comparação destrutivo e ansioso — onde o esforço real parece lento demais.
Os riscos reais do uso precoce de anabolizantes
Esteroides em jovens causam impacto profundo no sistema endócrino e psicológico, pois o corpo ainda está em fase de maturação hormonal.
Riscos sérios incluem:
Supressão do eixo hormonal natural (testosterona endógena)
Ginecomastia (aumento das mamas em homens)
Atrofia testicular
Acne severa e queda de cabelo precoce
Agressividade, impulsividade, insônia
Depressão e colapso pós-ciclo
Problemas hepáticos, renais e cardiovasculares a médio prazo
Além disso, há dependência psicológica pela aparência, criando uma espiral de ciclos contínuos, com danos cumulativos à saúde.
O que os profissionais de saúde e educação física devem fazer?
A melhor arma contra essa nova epidemia estética é informação clara, empática e acessível.
Nas academias, escolas e redes sociais, é preciso:
Falar abertamente sobre os riscos reais do uso precoce
Promover a cultura do resultado sustentável e não do atalho
Reforçar a importância de alimentação, treino inteligente, descanso e suplementação natural
Combater mitos e expor manipulações visuais, filtros e narrativas falsas
Conclusão
O aumento do uso de esteroides anabolizantes por jovens no Brasil é um alerta sério. Mais do que estética, trata-se de saúde pública, saúde mental e construção de identidade.
O problema não é querer evoluir. É buscar isso a qualquer custo.
Evoluir com consciência, treino e estratégia leva tempo — mas constrói um corpo funcional, saudável e duradouro.
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