Ozempic, Mounjaro e Wegovy: o Boom dos Medicamentos Para Emagrecer Que Está Mudando Tudo

Por um especialista em saúde, emagrecimento e comportamento alimentar

Se você acompanha notícias de saúde ou redes sociais, já deve ter ouvido nomes como Ozempic, Mounjaro e Wegovy. Eles vêm dominando manchetes, transformando corpos famosos e dividindo opiniões no mundo inteiro.

Mas afinal, o que são esses medicamentos? Eles realmente emagrecem? São seguros? Quem pode usar? E o mais importante: vale a pena apostar neles para perder peso?

Neste artigo, você vai entender por que esses remédios viraram febre, o que dizem os estudos mais recentes e quais os riscos por trás do uso sem orientação.

O que são Ozempic, Mounjaro e Wegovy?

Todos esses medicamentos pertencem à classe dos agonistas do receptor GLP-1 (hormônio que regula o apetite, saciedade e glicemia).

• Ozempic (semaglutida): criado inicialmente para tratar diabetes tipo 2, começou a ser usado off-label para emagrecimento, após mostrar resultados expressivos em redução de peso.

• Wegovy: é a mesma semaglutida do Ozempic, mas aprovada exclusivamente para obesidade e controle de peso em adultos e adolescentes com IMC elevado.

• Mounjaro (tirzepatida): atua tanto nos receptores de GLP-1 quanto GIP (outro hormônio envolvido no controle metabólico). Estudos apontam que pode ter efeito ainda maior na perda de peso do que a semaglutida.

Por que eles emagrecem?

Esses medicamentos atuam em três frentes principais:

1. Aumentam a saciedade — a pessoa sente menos fome e come menos

2. Retardam o esvaziamento gástrico — o alimento permanece mais tempo no estômago

3. Reduzem o apetite centralmente — ou seja, mudam a forma como o cérebro percebe a fome

O resultado? Pessoas perdem de 5% a 20% do peso corporal ao longo de alguns meses, dependendo da dose e do estilo de vida.

Por que viraram febre?

• Porque funcionam — principalmente em quem já tentou de tudo

• Porque são usados por celebridades, médicos e influencers

• Porque oferecem um caminho rápido para a perda de peso

• Porque mexem diretamente com impulsos biológicos difíceis de controlar

Em um mundo onde a obesidade cresce e a alimentação emocional domina, medicamentos que reduzem o desejo de comer criam um efeito psicológico poderoso — e vendem esperança.

Mas... eles são seguros?

Essa é a pergunta mais importante.

Segundo estudos do New England Journal of Medicine e pareceres da Anvisa e FDA, esses medicamentos são considerados seguros quando usados com prescrição e acompanhamento.

Efeitos colaterais mais comuns:

• Náuseas

• Constipação ou diarreia

• Tontura

• Redução drástica de apetite

• Perda de massa magra (se não houver treino e proteína adequada)

Riscos reais aumentam quando o uso é feito sem prescrição, em doses erradas ou sem acompanhamento nutricional e físico.

Ozempic não é suplemento. É um remédio sério.

Aqui está o ponto crucial:
Esses fármacos não foram feitos para “quem quer perder 3kg para o verão”. Eles são medicações com finalidade clínica, criadas para casos de obesidade real, síndrome metabólica ou risco associado.

Usar por vaidade, sem critério, pode causar:

• Efeito rebote ao parar

• Perda muscular e flacidez

• Aumento da dependência psicológica por "ajuda externa"

• Distorção de imagem corporal

Conclusão

Ozempic, Wegovy e Mounjaro são, sim, avanços reais da medicina.
Mas o boom desses medicamentos para emagrecer precisa ser tratado com responsabilidade.

Eles funcionam, mas não são mágica, nem solução definitiva.
O que transforma o corpo e a mente é um processo consciente — com ou sem remédio.